Acne. Mitos e verdades
Informações e tratamentos inadequados podem fazer da acne um drama na adolescência, com cicatrizes para o resto da vida
Ter a cara cheia de espinhas, antes de ser um sinal típico e mais ou menos inevitável da chegada da adolescência e do limiar da vida adulta, pode resultar em incômodo, vergonha e apelidos indesejáveis. A acne é uma doença das glândulas sebáceas da pele decorrente da obstrução dos poros, com surgimento de lesões conhecidas popularmente por espinhas. A relação exata entre acne e adolescência é desconhecida. Mas se sabe que as variações hormonais típicas do período fazem com que as glândulas sebáceas aumentem seu tamanho em até três vezes. Para que a acne não seja obrigatória e não deixe marcas na vida dos adolescentes, bastam informações corretas e tratamento adequado.
A acne está na pele de cerca de 80% dos adolescentes em todo o mundo. De acordo com o Censo Dermatológico da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), realizado com mais de 54 mil pacientes do setor público e de clínicas privadas, a doença é a causa mais frequente dos atendimentos nessa área. Um simples poro bloqueado pode dar origem a uma doença que pode afetar todo o rosto, como se a lesão inicial tivesse se alastrado. “Com os poros bloqueados, sem oxigênio circulando, uma bactéria chamada P. Acne produz substâncias que provocam inflamação e transformam os cravos em espinhas”, explica o Dr. Luis Guilherme Castro, dermatologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. Esse conjunto de cravos e espinhas, conhecida entre os dermatologistas como acne, precisa ser tratado corretamente com produtos que combatem, previnem e protegem a pele, evitando o ressecamento e a irritação Mas, assim como sua enorme incidência entre os jovens, a lista de mitos que cercam a acne é bem grande. Por exemplo:
Sobre chocolates: algumas pessoas associam a ingestão de determinados alimentos com aparecimento ou piora da acne. Não existe comprovação científica para isso.
Intestino preso provoca acne: não existe a relação.
Lavar o rosto várias vezes ao dia ajuda a evitar a acne: pelo contrário, isso pode aumentar a oleosidade da pele, causando um “efeito rebote”, uma vez que a pele precisa de um nível específico de pH para manter-se saudável. Ela é causada por uma série de fatores, não apenas sujeira.
A acne é contagiosa: apesar de ser uma infecção, não é contagiosa.
Cravos pretos são “ácaros”, vermes ou outros tipos de bichos: o cravo nada mais é do que o resultado do entupimento do poro pelo sebo, que se oxida e torna-se escuro.
Anticoncepcional piora a acne: dependendo do anticoncepcional, pode haver até melhora do quadro.
Menstruação causa acne: pela influência dos hormônios, pode haver uma piora da acne nos dias anteriores à menstruação; mas a menstruação em si não é um fator para o aparecimento da acne.
O sol melhora a acne: apesar de ter algum efeito cicatrizante, o sol pode provocar aumento na produção de sebo e causar entupimento dos poros, resultando em mais acne – esse efeito pode surgir de 3 a 4 semanas após exposição ao sol.
Pasta de dente ajuda
A pasta pode até desidratar as lesões. Os pesquisadores dizem, porém, que o flúor dos cremes dentais causam espinhas e podem irritar ainda mais o local da aplicação.
Tratamentos
Existem diferentes níveis de gravidade da acne e tratamentos para cada um deles. Podem ser tópicos (aplicados diretamente na pele) ou ministrados por via oral. O tratamento inclui cuidados simples, como a esfoliação da pele. Existem também sabonetes específicos, que ajudam a controlar a oleosidade típica da adolescência, sem provocar o ressecamento da pele.
Fonte: ABCFARMA